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CURIOSIDADE:
Um dos mais antigos bairros da cidade de São Paulo é o Pari, que fica localizado entre os rios Tamanduateí e Tietê.
Formado no final do século XVI, o pequeno povoado de Pari era constituído, inicialmente, por pescadores e seus habitantes eram formados por índios, portugueses e mamelucos. Localizado em uma região de alagamentos, o Pari foi uma parte importante para a sobrevivência e o crescimento da cidade durante os seus primeiros séculos.
E o nome do bairro é oriundo da pescaria exercida na região. No início, para pescar, os colonizadores europeus costumavam envenenar a água com timbós ou tinguis, plantas usadas pelos índios. Porém, essa prática começava a prejudicar o rio e, em 1591, as autoridades proibiram a técnica no Tamanduateí com pena de quintos de réis.
Com esse decreto, os pescadores passaram a colocar em certos pontos do rio, uma armadilha chamada pari e, daí, nasceu o nome do bairro. Essa armadilha consistia em uma cerca de taquara ou de cipó estendida na margem do rio.
A Consolidação do Bairro
Em um registro feito em 1765, um censo oficial mostrava que o Pari possuía 14 casas onde moravam cerca de 72 pessoas. O censo ainda descrevia que a região era formada por pessoas pobres e que viviam quase que integralmente da pesca.
Durante muitos anos a venda do pescado acontecia perto da Igreja do Carmo. Essa região ficou conhecida como um mercado de peixe da cidade. Ali, vestidas com saias curtas, descalças, com xale pequeno ou baeta azul, as vendedoras eram quase sempre do Pari. As vendas no local duraram até a inauguração do Mercado Municipal, em 1867, na rua 25 de Março.
A partir do ano de 1870, com a finalização da ferrovia, nasceram diversos bairros operários ao longo da linha, entre eles o Pari. Para facilitar o comércio e a indústria local, chegou a ser criado uma alfândega entre o Brás e o Pari, que era uma espécie de extensão da alfândega de Santos.
Devido ao movimento de trens, foi implantado no bairro um dos maiores pátios ferroviários da cidade. O Pátio do Pari data de 1891 e servia como estacionamento de vagões, depósito de mercadorias e ponto de carga e descarga, ligado à São Paulo Railway.
Em 1908, para tentar acabar com os constantes transbordamentos nos arredores do Tamanduateí, a Prefeitura mandou solevar uma grande extensão da várzea do rio. Foram cobertos com dois metros de terra as planícies do Brás, passando pelo Pari indo até a Mooca.
Paróquia de Santo Antônio
Um dos locais mais famosos do bairro, a paróquia Santo Antônio do Pari, foi fundada no dia 2 de fevereiro de 1914, por dom Duarte Leopoldo e Silva, e seu primeiro pároco foi o português Frei José Rolim.
Arthur Vautier, proprietário de terrenos no bairro, vendo o esforço e o trabalho de Rolim, doou um terreno para a construção de uma igreja. A matriz de Santo Antônio do Pari começou a ser construída em agosto de 1922 e foi entregue em 13 de junho de 1924.
Na mesma época, o bairro tornou-se confluência de imigrantes italianos que, nos fins de semana, ocupavam a praça Padre Bento, também conhecida como largo do Pari, para cantar e dançar a “tarantela”.
Nas décadas passadas, devido à alta concentração do comércio e de fábricas de doce na região, o Pari ficou conhecido como o bairro doce de São Paulo.
Atualmente o bairro reúne a maior concentração de bolivianos da cidade que, aos domingos, montam suas barracas na praça Padre Bento para dividir a própria cultura através da música folclórica e de sua comida.
Uma data especial que todo ano lota a praça é o dia 13 de junho, dia de santo Antônio. Durante todo o dia milhares de fiéis vão à paróquia Santo Antônio do Pari para comemorar o dia do santo casamenteiro.
Lá são distribuídos milhares de pãezinhos e também é vendido o bolo bento. Moças católicas e solteiras acreditam que, ao comer uma fatia do bolo, podem arrumar um amor.
Quanto ao pão, se colocado dentro de uma lata de açúcar ou arroz, diz-se que pode trazer fartura para o ano todo.
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